domingo, 7 de março de 2010

Quem é você para julgar?

Oi. Voltei mesmo, viu?


Comecei a ler ontem um livro cujo tema é bastante intrigante. Sempre falamos sobre isso, mas quase nunca com muita propriedade. O livro é "Quem é você para julgar? - Aprendendo a distinguir entre as verdades, as meia-verdades e as mentiras" escrito pelo estadounidense Erwin Lutzer e editado pela própria CPAD em 2005 (a versão em inglês é de 2002). Li apenas 70 páginas até que caí no sono, então não será possível finalizar a temática já neste post, mas já quero compartilhar alguns pensamentos com você.

Em pleno século XXI, é possível notar mudanças bem claras de pensamento e no modo de enxergar o certo e o errado na sociedade nos últimos 20 anos. Se eu consigo notar diferenças, imagine os que já estão aqui pelo planeta há 40 anos, 70 anos?

O autor introduz o livro falando das mudanças ocorridas na forma de pensamento do Modernismo para o Pós-Modernismo. No Moderninsmo, havia um otimismo, uma alta valorização do uso da razão, atacava-se a religião - havia uma busca pela verdade. Entretanto, no Pós-Modernismo, "pensa-se que a razão fracassou em dar sentido ao mundo, pensa-se que é difícil construir um sistema de verdades que seja aplicável a todas as culturas. A busca pela verdade foi substituída pela noção de que não há verdade. Não há padrão para certo e errado, verdade ou erro. Cada um tem sua verdade, cada um é a fonte da verdade". "É como se houvesse um novo 'direito' na Constituição - ninguém jamais tem de ouvir algo que o ofenda".


Isto desencadeou sérios problemas pro cristianismo moderno. Infelizmente, maior parte dos cristãos já não vive o cristianismo verdadeiro, puro e ensinado por Cristo. A igreja foi invadida pelo tal do cristianismo moderno - e não falo somente dos hábitos que não tínhamos antes fora da igreja e agora os temos, friso ainda mais e me indigna fortemente o fato de que os hábitos dentro da igreja têm mudado, heresias já são tidas como verdades bíblicas (?), as "ondas do neopentecostalismo" têm afogado muitas pessoas que não têm estudado a Base e são levados por efeitos mentais, psicológicos, emocionais; nem sei ao certo como descrever. Mas posso dizer que isto tem afastado as pessoas da busca pelo verdadeiro cristianismo. As pessoas já nem sabem direito o que buscar, já nem sabem como analisar o que acontece na igreja, elas são apenas levadas pela "onda". E as poucas pessoas que tentam viver um cristianismo real, preferem não dizer nada, preferem se calar, pois pensam "quem sou eu pra julgar"? Quem sou eu para julgar a teologia da prosperidade? Quem sou eu para julgar o que os líderes têm feito com os milhões de reais arrecadados todos os anos? Quem sou eu para julgar o espiritualismo que invade as igrejas? Quem sou eu para julgar os falsos profetas? Quem sou eu para julgar pastores que são sustentados por nós e que não ensinam nada que todos já não saibam nos sermões? Ah, às vezes, cansa! Coisas da minha cabeça. Bem, voltando ao autor... :)

Lutzer afirma que "como representantes de Cristo, temos aceitado os valores do mundo e sua insistência de que as pessoas nunca devem desafiar as convicções particulares dos outros, quer fora, quer dentro da igreja". Mas, "nossa responsabilidade como membros da igreja é distinguir o cristianismo bíblico da falsa espiritualidade e dos valores do mundo de hoje [...] A necessidade gritante da igreja de hoje é de discernimento - a capacidade de reconhecer a verdade e distingui-la do erro". Se não analisarmos, se simplesmente nos conformarmos, se não julgarmos, o que será da igreja daqui 10 anos? E o que será do estilo de vida que levamos fora de igreja também? Acredito que temos de julgar sim, porém a maior parte da população não sabe julgar, não sabe que critérios utilizar e não sabe lidar com pessoas que sabem como julgar - há pessoas que não sabem aceitar pensamentos e opiniões diferentes das suas. O autor comenta que "nossa tarefa é fazer julgamentos sábios num mundo que não faz julgamentos". Interessante analogia ele faz ao dizer que "a igreja deve estar no mundo assim como um navio no oceano; todavia, quando o oceano inunda o navio, este passa por grandes dificuldades, tendendo a afundar. Temo que o navio cristão esteja afundando". Oh não!


Pessoas preferem permanecer vivendo um "cristianismo" confortável. Preferem apenas viver, sem ter de analisar, discutir, repreender; enfim, pensar! Já nem se sabe ao certo o que é pecado. Materialismo que antes era considerado um vilão, agora é pregado nos púlpitos como uma das razões para se dizimar. Ha-ha! Tenho que rir! Ou melhor, tenho que gargalhar! Ahuahuahuahua... Que circo, hein? Nunca imaginei que a igreja poderia ser vista um dia como circo. Isso até me sugere tema para uma outra postagem - Igreja do século XXI: casa do Senhor ou circo? Parece que os líderes assumem uma postura de CEO's (presidentes de grandes empresas) e têm somente objetivos que envolvam as palavras multiplicar, aumentar, satisfazer. Ha-ha! Tenho que rir novamente, desculpe-me! Mas pastores não têm que satisfazer a clientela (membros), têm sim que satisfazer a Deus. E como satisfazê-lo? Divulgando o que Ele já disse há séculos e vivendo de acordo com isso - e não colocando palavras na boca de Deus. Obviamente, Ele não se satisfaz com as novas doutrinas, as permissividades, o uso do poder da mente para iludir o povo e manipulá-lo. Deus não precisa de "ajudinha extra".

Se fizéssemos o que Ele já disse há muito tempo, se estudássemos as promessas, se tentássemos compreender o que realmente agrada ao Senhor, não teríamos que viver de aparência, não teríamos pessoas dando "profetadas", não teríamos "curagens" nos cultos. Teríamos a verdade! Ver-da-de! É isso que eu gostaria de ouvir em todos os cultos - a verdade! E o que é a verdade? A Palavra de Deus! Não quero essas "inovações doutrinárias"! Não quero mingauzinho todos os cultos quando querem que eu sempre ouça que sou mais que vencedora, que posso todas as coisas, que vou prosperar financeiramente.

Alguns comportamentos são puro emocionalismo. O poder da mente é incrível! E fico indignada por ver pastores estimulando certos comportamentos, fazendo-nos pensar que algumas pessoas estão mais perto de Deus porque fazem "aquelas" coisas. Da próxima vez que ver "algo" acontecer, deixe o culto terminar e vá perguntar para a santa pessoa algumas coisas da Bíblia, vá perguntar que diferença "aquilo" fez na vida dela! Hi-hi (risadinha discreta)... Prefiro não especificar o que é este "algo" que acontece. Acredito sim no sobrenatural de Deus, e como acredito! Mas algumas "coisas" estão além do sobrenatural de Deus, ou melhor, estão fora do sobrenatural dEle. O que impacta a vida de uma pessoa não é um momento "daqueles", mas sim o conhecimento da verdade. A vida de uma pessoa é impactada quando ela é convencida de que o que Deus escreveu vai se cumprir, quando ela descobre que Deus a ama apesar de tudo! Não quero mingau, quero feijão-com-arroz. O conhecimento da Palavra de Deus, o conhecimento da verdade é o que liberta! "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará!" Lindo isso, não? Quero aprender mais. Quero sim! E gostaria que minha própria igreja também fosse um bom lugar para isso! Não quero ter que celebrar sempre que algum pastor traz uma palavra que realmente me faz pensar. Não quero que isso seja motivo de celebração, pois quero que isso seja comum, quero que aconteça com frequência. ;)

Então, não vou me calar, conformar-me e abaixar a cabeça pra tudo. Quero ser como Cristo. Sou cristã e isto é ser cristã, é ser uma seguidora de Cristo. Cristo não era conformado, cheio de medos; Ele era o máximo, Ele falava mesmo! Entretanto, Ele falava com sabedoria e é aí que mora a diferença. Temos que aprender com Jesus a como fazer julgamentos! Se você não tem uma opinião formada sobre algo, assuma! Fazer julgamentos não é fácil! É algo para desenvolvermos.

Chega de desabafos. Voltando ao caro Lutzer, ele diz que "a frase que melhor descreve nossa cultura é: qualquer coisa serve. [...] A verdade desapareceu e poucos notaram. [...] Talvez, nenhuma outra geração teve tantas oportunidades como a nossa; nem tantas armadilhas"! Parece que a verdade foi substituída pela diferença, pela imparcialidade. O autor comenta que "você pode dizer 'Jesus mudou minha vida', mas não pode dizer 'Ele é o único caminho para Deus', pois isso tornaria Jesus superior a outros líderes religiosos e ofenderia a maioria da população mundial".

Alguém disse certa vez, "como comunicar o evangelho a uma geração que ouve com os olhos e pensa com os sentimentos"? Boa, né? Pessoas dizem, "se o que experimento é bom para mim e é verdade para mim, quem é você para dizer o contrário"? O espiritualismo está cada vez mais forte nalgumas igrejas, porém poucas pessoas estão dispostas a acionar o alarme! "Coisas" estranhas acontecem, "coisas" semelhantes ao que acontece em sessões mediúnicas, em terreiros de macumba; mas ninguém diz nada!

Para concluir, é difícil mesmo dizer algo quando as pessoas já estão acostumadas a ver certas "coisas" há tanto anos e não estão prontas para admitir que estavam fazendo errado. A única coisa que posso dizer é: quer continuar sendo cristão? Então seja e o seja de verdade! A base do cristianismo é a Bíblia, então a estude, pense, discuta saudavelmente, leia sobre a história da igreja, leia sobre os reformadores e então passe a olhar o mundo através dos olhos de Deus! Você entenderá que é possível aprender a fazer julgamentos da forma que Jesus assim o fez e poderá viver uma vida cristã real e não baseada em "achismos humanos"!

*Quando criei este blog, a intenção era não falar de Bíblia, mas não posso evitar. Eu até tentei. Mas posso parafrasear alguém e dizer que a "mão digita o que o coração está cheio"!
**Vou voltar neste assunto mais vezes, pois penso que é relevante!

Um comentário:

  1. Nao acredito que ninguem comentou isso! hehehe... Paulinha, parabens por seu inconformismo, parabens pela ousadia em julgar coisas que nao estao corretas. OS evangelicos de hoje tem trocado a VERDADE pela mentira de uma forma tao absurda! Que dah pena!
    E o pior de tudo isso é que estao fazendo com que os "pequeninos" tropecem! E jamais queiram pensar em ser cristaos, pelo mau testemunho desses falsos mestres, falsos profetas e "quase" cristaos...
    Quero compartilhar sua agonia, e quero que saiba que nao somos as unicas que estamos inconformadas com esse mundo dentro da igreja... ainda existem verdadeiros Cristaos que nao trocam a verdade por nada... pastores renomados como David Wikerson, Paul Washer... que nao olham para traz mas siguem o evangelho de forma biblica! Nesses homens de Deus é que agente tem que se afirmasr.. perdao, agte tem que se firmar em Jesus e no que diz a Biblia, mas agte pode tomar esses homens de Deus como exemplo a seguir.
    Te convido a dar uma olhada no meu blog: www.diretododeserto.blogspot.com
    Um abraço da sua chará!
    Ana Ramos.

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